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Marrocos se torna o maior comprador de GNL espanhol com o declínio da demanda europeia
O gasoduto GME, com capacidade mensal de 960 gigawatts-hora, tem operado a mais de 90% da capacidade nos últimos dois anos.
Bamako - Marrocos emergiu como o principal destino das exportações espanholas de gás natural liquefeito (GNL), marcando uma mudança significativa na dinâmica energética da região.
De acordo com dados recentes da Agência Espanhola de Reservas Estratégicas (Cores), a Espanha aumentou drasticamente suas exportações de GNL para o Marrocos nos últimos dois anos, ofuscando seus clientes europeus tradicionais.
Esse aumento nas exportações de gás para o Marrocos ocorre após a decisão da Espanha de reativar o Gasoduto Magreb-Europa (GME) em fluxo reverso em junho de 2022. Desde então, o volume de gás enviado para o Marrocos disparou, posicionando o país do norte da África como o principal cliente de GNL da Espanha.
Estatísticas oficiais revelam que as exportações de gás da Espanha para o Marrocos se multiplicaram por impressionantes 155 vezes, enquanto as exportações para vários países europeus diminuíram significativamente.
Os últimos números da Cores destacam que, em junho de 2024, o Marrocos foi responsável por 18,5% do total de exportações de gás da Espanha, um aumento drástico em relação aos apenas 0,1% de junho de 2022.
Nos últimos 12 meses, a Espanha exportou 9.338 gigawatts-hora de gás natural para o Marrocos por meio do gasoduto GME, ressaltando a crescente dependência do Reino do GNL espanhol.
Em contraste, o gasoduto da Espanha para a Itália, que conecta Barcelona a Livorno, viu uma queda acentuada em sua participação nas exportações, caindo de 18,4% em 2023 para apenas 4,4% em junho de 2024.
Apesar dessa mudança, a Espanha continua importando quantidades significativas de gás da Argélia, que representa 29,6% de suas importações, e da Rússia, que responde por 19%, mesmo em meio aos atuais desafios de fornecimento.
A mudança do Marrocos para a Espanha para importações de GNL é amplamente motivada pelos esforços do país para evitar uma crise energética. A Espanha, com sua infraestrutura substancial de regaseificação, se tornou um parceiro-chave para o Marrocos, permitindo que o GNL seja importado e transportado por gasoduto.
Essa parceria provou ser economicamente vantajosa para ambas as nações. O governo da Espanha observou anteriormente que esse acordo gera quase dois milhões de euros em receita anual, reforçada por taxas de descarga, armazenamento e uso da rede de transporte.